O girassol…

  No jardim onde costumo passear aconteceu uma coisa surpreendente!
  Em pleno Inverno, nasceu uma planta que suscitou a curiosidade em geral!
Imagina só, um girassol!
  Sim, um girassol, não me enganei! Também fiquei assim como agora estas, meio espantado e com os olhos bem arregalados…
  Mas… assim como foi a surpresa… também depressa se esqueceram dele dizendo “em breve morrerá…”
  No entanto o pequeno girassol esforçava-se por vencer o árduo frio… Algumas crianças viram o girassol crescer dia após dia, sempre que iam ao jardim cumprimentavam-no e este parecia escuta-los atentamente...
   Cantavam para ele as canções, as lenga-lenga que aprendiam na escola.
   A temperatura descia cada vez mais, o sol aparecia cada vez mais raramente e o vento tornava-se cada vez mais forte e frio…
   O girassol começou a sentir-se cada vez com menos força... e sobretudo cada vez mais triste...
A sua cabecita inclinava-se agora para baixo e o seu sorriso ia esmorecendo…
   Os meninos que brincavam no jardim, começaram a desaparecer… Os estridentes risos deixaram de se ouvir...
   Aquelas pequenas estrelitas que o rodeavam irradiavam magia nos seus lindos sorrisos, libertavam ternura em cada afago…
  As gargalhadas que davam transformavam-se em doces murmúrios que pareciam soletrar em diferentes timbres as cores do arco-íris!
   Era assim que se desabrochava uma luz onde o sentir se refletia.
Soltavam-se fragrâncias em cada palavra, revelavam-se nelas os segredos da eternidade...
   Quando falavam com ele sentia-se navegar num sonho matizado… era tão doce esse cálido olhar…
E à noite quando o frio apertava ainda mais e sentia que estava prestes a sucumbir semicerrava as suas pétalas e procurava contemplar o calor que fora tatuado em seu sentir perpetuando assim o entusiasmo e a excitação vivida durante o dia.
    De um momento para o outro vira-se confrontado com o silêncio que se tornava mais austero que o rigor da estação em que se encontrava…
A noite findara, amanhecia…
Já quase sem forças e com os olhitos quase fechados, levantou a custo sua cabecinha e inclinou-a na direção de duas vozitas bem distantes… cada vez mais distantes… mais distantes…
Eram dois meninos que conversavam, ao verem-no assim, precipitaram-se para ele, acariciaram-no levemente e vendo que o girassol estava quase sem reação ficaram assustados e correram a pedir ajuda a outros meninos, outras crianças...
    Era urgente ajudar o girassol!
   Bem depressa o jardim se encheu de encanto colorido, eram gargalhadas que soavam e invadiam tudo em seu redor...
Eram chamas que inflamavam os sentidos propagavam luz, calor!
Eram abraços de alma sorridente!
O girassol esboçou um leve sorriso, ergueu-se com a ajuda dos meninos e sentiu correr na sua seiva todo aquele frenesim…
    Descobrira novos sóis... não um, mas muitos... muitos sóis...
Sois repletos de calor transmitindo amor, carinho, aconchego...
    Foi assim que se salvou o girassol...

Comentários

  1. Momento lindo que aqui sopraste, sinto a magia das palavras que fazem sentido e emoção. Sóis soltos de corações... Nas entrelinhas, espelha em cada frase um sentir de alma... Não foi por acaso que nos conhecemos, nem foi por coincidência que continuamos aqui… Mas é com certeza com muito orgulho que somos amigos. Grato por Gabriela partilhar sua página onde todos poderão ler as palavras de sentires de alma, sonhos idilicos. Há em cada um de nós um sol... Um sol que nos brilha. Pincelaste na tela as gotas de tua alma. - Domingos

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  2. Em cada um de nós há um sol... - Domingos

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